sexta-feira, 22 de abril de 2016

Prof. Vingt-un Rosado, Um Pioneiro da Cultura Mossoroense

Por Almir Nogueira da Costa
vingt-un
Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, um dos pioneiros como fundador desta Academia, era o primeiro ocupante da cadeira de Alípio Bandeira. Em se tratando de cultura, o professor Vingt-un fora uma grande celebridade cultural mossoroense, que nasceu no dia 25 de setembro de 1920, em Mossoró (RN). Vingt-un era casado com América Fernandes Rosado Maia (12 de março de 1922 + 21 de dezembro de 2009), nascendo desse enlace matrimonial, os seguintes filhos: Maria Lúcia Fernandes Rosado, Jerônimo Vingt-un Rosado Maia Júnior, Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho, Lúcia Helena Rosado da Escóssia, Isaura Ester Fernandes Rosado Rolim e Leila Rosado. Era o filho mais novo do senhor Jerônimo Rosado e Isaura Rosado. Vingt-un como toda criança de uma boa família, recebeu também uma boa educação em todos os aspectos. Sua formação acadêmica se deu na Escola Superior de Agricultura de Lavras (MG), atual Universidade Federal de Lavras (MG), sob o registro de nº 3.409 (23/01/1945).
No aspecto político, candidatou-se a Prefeito de Mossoró no ano de 1968, não obtendo sucesso no pleito eleitoral; mas, no período de 1973 a 1977 assumiu o cargo de Vereador. No que se refere aos cargos públicos, ele ocupou os seguintes: Tesoureiro do Centro Estudantil Mossoroense; Bibliotecário da Biblioteca Cônego Estevam Dantas; no Grêmio Literário Santa Luzia; Redator da Revista “O Agricultor”, na Escola Superior de Agricultura de Lavras (MG);Bibliotecário do Clube Ipiranga; Primeiro Secretário e Bibliotecário do Centro Acadêmico de Agronomia da Escola Superior de Agricultura de Lavras (MG); Secretário da Cooperativa de Crédito Mossoroense; Diretor-Presidente da Mossoró Sociedade Rádio Ltda; Vice-Presidente da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional (1962-1963); Presidente do Instituto Brasileiro do Sal (1961-1964); Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia (1965); Presidente da Sociedade Botânica do Brasil (1973-1974); Diretor-Gerente da Sociedade Anônima Jerônimo Rosado; Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Sal (1961-1964); Diretor Responsável da “Brasil Salineiro” (1961-1964); Primeiro Secretário do Instituto Cultural do Oeste Potiguar; Presidente do Conselho Técnico-Administrativo da ESAM (1974-1978); Diretor da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (1988-1990); Coordenador da Sociedade Brasileira de Malacologia/RN (1975-1977); Presidente da Fundação Guimarães Duque (1978-1991); Presidente do Conselho Técnico-Científico da Fundação Guimarães Duque (1978-1991) entre muitos outros.
O mestre Vingt-un foi um homem de um currículo riquíssimo na prestação de serviços à cultura e comunidade mossoroense, principalmente e, em reconhecimento ao grande homem que foi, muitas homenagens lhe foram feitas ainda em vida. Entre essas podemos citar: Professor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, (25/05/1981); Diploma de Amigo da Cultura pelo Conselho Estadual de Cultura do Ceará (03/03/1983); Professor Emérito da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (18/07/1981); Paraninfo dos Contadores da Escola Técnica de Comércio União Caixeiral (1949); Honra ao Mérito: Turma de Engenheiros Agrônomos da ESAM (1971); Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (1983); Medalha do Mérito Mossoroense (31/01/1083); Paraninfo Geral dos Concluintes de todos os cursos da Universidade Regional do Rio Grande do Norte (17/12/1983); Sessão de Homenagem do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (1982); Diploma de Honra ao Mérito da Sociedade Recreativa dos Engenheiros Agrônomos de Mossoró (1985); Medalha Comemorativa do Cinquentenário da Academia Norte Rio-grandense de Letras (03/12/1986);Instituição das Sessões Magna Branca pela Loja Maçônica Jerônimo Rosado (a partir de 25/09/1990); Medalha “Alberto Maranhão”, pelo Conselho de Cultura do Rio Grande do Norte (1998); Comenda de Honra ao Mérito de Serviço Literário (14/09/1991); Mérito Centenário “Câmara Cascudo”, Prefeitura de Natal/RN (1998); Homenagem do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte aos 50 Anos da Coleção Mossoroense; Diploma de Honra ao Mérito concedida pela Loja Maçônica Jerônimo Rosado (25/09/1999); Presidente de Honra da Academia Norte Rio-grandense de Ciências (30/10/1992); Patrono da Turma de Formando da Escola Palas Atenas (2000); Patrono dos Formandos do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (17/05/2002); Comenda “Carlos Drummond de Andrade” pelo 1º Encontro Norte-Nordeste de Autores Literários (08,09/08/2003); entre muitas outras homenagens.
O grande defensor da cultura local, entre tantas boas ações, nos deixou também o importante legado da Fundação Vingt-un Rosado, onde estão catalogadas todas as obras da Coleção Mossoroense, uma das maiores registradas em todo o Brasil. Para se ter uma ideia do sucesso dessa Coleção, em junho de 2005, foi publicada uma plaquete de autoria do próprio Vingt-un, sob o título: A Coleção Mossoroense e sua História de 56 Anos de Teimosia, cujo número estava sob o registro de nº 2.711.
Na Fundação que tem o seu nome, foi ele o organizador de muitos trabalhos culturais e históricos, nos quais podemos citar: Os Silvícolas Brasileiros e o Preformismo (1949); Breve Noticia Sobre a Batalha da Cultura (1978); ESAL, ESAM (1992); Os quatro Grandes da História da ESAL (1992); Conversa Sobre a Bastilha (1995); Um Possível Caso de Telegonia Entre os Nossos Indígenas Mencionado por Anchieta (1949); Três Discursos (1953); Dez Temas de Genética (1956); Conversa Sobre a Paleontologia da Região de Mossoró (PMM/DDEC); Alguns Dados Genealógicos Sobre a Família Rosado (1958); Três Crônicas Sobre o 13 de Junho (1977); A Abolição, Festa da Inteligência (1965); Alguns Apontamentos Sobre Tibau (1980); Saudação ao Ministro João Alves Filho (1989); Discurso do Náutico (1990); Discurso de Brasília (1990); Visitando o Sertão (1991); Documentário Abolicionista (1991); A Hipótese do Deslizamento dos Continentes e o Museu Municipal de Mossoró (1991); Comentários ao Histórico da Exploração na Bacia Potiguar Imersa (1991) ;Mossoró no Cinquentenário da Academia Paraibana de Letras (1991); Discurso da União Caixeiral (1991); Carlota Joaquina de Paiva Maury (1991); Um Plano de Arborização da Cidade em 1977 (1991); João Ulrich Graf (1991); Três Discursos na Noite da Cultura (1992); Homenagem a Pedro Batista de Melo (1992); Mensagem a Dix-huit Rosado (1996); Nove Meses na Vida de Uma Fundação de Cultura (1996); Chegamos a Iracema nas Asas da Poesia (1998); Ao ICOP, o Nosso Muito Obrigado (1998); Luiz da Câmara Cascudo e Mossoró (1999); A História do Petróleo Potiguar, Antes e Depois de 1979 (2000);Os Problemas da Saúde na Intendência Jerônimo Rosado (2000); Lembranças de Dix-sept (2001); As Histórias de Mossoró (2001); O Meu Encontro Com o Motim das Mulheres (2002); Oito Localidades Fossilíferas de Amonoides na Bacia Potiguar (2002); Os Notáveis Que Vicente Sabóia Trouxe para Mossoró (2003); O 30 de Setembro Nasceu na Maçonaria (2003), dentre outros.
Todo esse amor incansável em prol da cultura da gente, contribuiu também para descobrir talentos literários, em prosa ou verso, dentre eles: Crispiniano Neto / Erro de Lá, Fraqueza de Cá; Vingt-un Rosado / Desta Vez os Britânicos da Petrobras Vieram de Outros Países do Continente Brasileiro; Geraldo Maia / Mossoró-153 Anos de Emancipação Política; Ana Luiza Cardoso / Museu Preserva Memória Sertaneja; Marcos Pinto / Família Paraguai. De Apodi ao Governo do RN; Vingt-un Rosado / Um Dia as Torres Voltarão aos Sagrados Chãos de Mossoró; Vingt-un Rosado / A Faculdade de Medicina de Mossoró e Um Começo de História; José Romero / A Importância do Mecenato da Batalha da Cultura, em visita de Vingt-un Rosado à Pombal/PB; Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho / Curriculum Vitae; Vanja Lúcia Freitas dos Reis / Sopro Lírico; Geraldo Maia / A Festa da Padroeira; Nestor Lima / Notas Bibliográficas Norte Rio-grandense; Luiz da Câmara Cascudo / Figuras do RN (2ª Edição); Cid Augusto / Entrevista com Tomislav Femenik; Jornal Gazeta do Oeste / Pe. Sátiro, 50 Anos de Sacerdócio, dentre muitos outros perfazendo um total de 4.320 (quatro mil, trezentos e vinte) títulos até julho de 2005.
Portanto, aí está esse pequeno histórico biográfico de um dos maiores símbolos da cultura Mossoroense chamado Jerônimo Vingt-un Rosado Maia. Há ainda muito que descrever sobre esse grande homem que ao longo de sua vida labutou em prol de sua terra, da sua gente e da cultural local. Porém, usando da sua simplicidade colocava-se no pé de igualdade dos seus, sem nunca deixar o status e a sua posição social subir-lhe à cabeça. Afinal, os grandes homens são simples, humildes, diplomáticos, educados, corteses, inteligentes, e assim era Vingt-un.
O professor, escritor, agrônomo, trabalhador braçal da cultura mossoroense faleceu no dia 21 de dezembro de 2005, deixando saudades para os familiares e os amantes da cultura e da história local.
Prof. Almir Nogueira da Costa é Diretor da Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes Duarte – Mossoró – RN

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