O Nordeste
brasileiro narra na sua história personalidades ilustres que têm engrandecido
essa terra sofrida porém aguerrida no sentido de manter e fazer crescer as suas
tradições.
Entre
os grandes nomes está o poeta e compositor José Marcolino Alves, nascido em 28
de junho de 1930, no sítio Várzea Paraíba, do município de Sumé.
A sua
principal virtude era o espírito de humildade, pois era um bravo lutador pela manutenção
das festividades nordestinas, especialmente das noites de São João e São Pedro.
Como
tantos outros brasileiros, apaixonou-se pela história do Rei do Baião, muito
antes de conhecê-lo pessoalmente. Tinha desejo de galgar postos mais altos na
vida artística, por isso buscou um encontro com Luiz Gonzaga, o que conseguiu
com decepções iniciais. Até que um dia, conseguiu a vitória maior, pois ao lado
do Rei gravou as suas composições mais importantes que ainda hoje são executadas
no Brasil inteiro: “Cacimba Nova”, “Numa Sala de Reboco”, “Cantiga de Vem-Vem”,
“Fogo Sem Fuzil”, “Quero Chá”, “Sertão de Aço”, “Serrote Agudo”, “Pássaro Carão”,
“Matuto Aperreado”, “A Dança do Nicodemos”, “Caboclo Nordestino”, “De Olho no
Candeeiro”, “Boca de Caieira”, “Eu e meu Fole”, “Projeto Asa Branca”.
Em
vida foi um artista de mãos calejadas, porque trabalhava como vaqueiro,
carpinteiro, agricultor e ainda fazia bicos como barbeiro.
Tornou-se
um dos mais admirados compositores brasileiros, porque respeitou a vocação
nata, escolhendo como tema principal os costumes nordestinos. Com essa
inspiração abençoada por Deus exerceu as forças de um advogado sem diploma na
defesa do Vem-Vem do nosso sertão escanteado pelos governantes; o carão, o
matuto das regiões campesinas, da fauna e da flora, enfim dos animais perseguidos
e dos movimentos humilhados do nordeste.
No ano
de 2014 o VII FESMUZA – Festival de Músicas Gonzagueanas, promovido pelo Parque
Cultural “O Rei do Baião”, na Comunidade São Francisco – São João do Rio do
Peixe – PB vai homenagear José Marcolino, já que o tema é “Homenagem à Paraíba”
através das músicas que o Gonzagão gravou exaltando o nosso estado, suas
cidades, seus parceiros e intérpretes que gravaram com ele, como o próprio Zé
Marcolino, Elba Ramalho, Pinto do Acordeom.
Essa
foi uma sugestão especial do Gonzagueano e consultor das festividades, Kydelmir
Dantas, de imediato aceita pelos demais membros da Comissão Organizadora do
FESMUZA.
Marcolino
tinha as mãos calosas pelas múltiplas atividades profissionais que exercia, buscando
ajudar os indefensos e os pobres massacrados pela força da descriminação.
Morreu
no dia 20 de setembro de 1987, aos cinquenta e sete anos de idade, deixando
saudades enormes às famílias do baião, xote, polcas.
Escreveu: Francisco Alves Cardoso – 24/03/2014
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