segunda-feira, 24 de março de 2014

Juazeiro Uma das arvores prediletas do Rei do Baião




De todas as árvores do nordeste brasileiro, o juazeiro e a mais tipicamente sertaneja, uma planta-símbolo das caatingas.
Das espécies de Ziziphus que ocorrem no Nordeste, a Ziziphus juazeiro e a mais comum (uma das poucas espécies desse gênero adaptadas ao clima seco).
É uma   planta de clima quente, perfeitamente adaptada aos climas semiúmido, sub-úmido e semiárido, embora também cresça em clima úmido.
Apesar de ser característica de regiões secas esta espécie cresce de preferência em locais onde pode tirar água do subsolo: baixadas úmidas e margens de riachos.
  
 É uma espécie típica da caatinga brasileira, mas aparece em todas as zonas ecológicas do Nordeste, sendo uma espécie típica dessa região.

Ocorre de maneira espontânea no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe Bahia e norte de Minas Gerais.
  
O juazeiro e uma árvore de crescimento vagaroso e de vida longa, pode passar de 100 anos.
  
Um dado bastante interessante a respeito do juazeiro e que ao contrário do sabiá (Mimosa caesalpinaefolia Benth), do pau-branco (Auxema oncocalyx Taub.), das juremas (Mimosa app.) e de muitas outras árvores das caatingas, o juazeiro, na sua ocorrência espontânea, não forma mata,  aparecendo de forma isolada na composição heterógena das espécies xerófilas da cobertura vegetal das caatingas.
  
Não pode ser considerada como espécie florestal, mas deve ser apreciada como árvore utilíssima nos sertões onde as secas são intensas e constantes.
  
O juazeiro é bastante utilizado como madeira para marcenaria e construções rurais devido a sua durabilidade e resistência.
É empregado em cabos de ferramentas, caixões, portas internas, canzis, tarugo ou prego de madeira. Também é usada como lenha.
  
Os frutos e as folhas verdes ou secas são muito apreciados por animais, os ramos servem de alimentos para ovinos, bovinos e caprinos. Porém, os ruminantes que comem demasiadamente os frutos do juazeiro adoecem e ficam timpânicos, com tenesmo, porque não podem evacuar a grande quantidade de frutos ingeridos que não sofreram ruminação.
  
Estudos de valor nutricional contataram uma baixa digestibilidade de matéria seca e de matéria orgânica de juazeiro por caprinos e ovinos, decorrentes principalmente do alto teor de lignina.
As ramas de juazeiro são ricas em proteína digestível, em hidratos de carbono e até em celulose digestível.
Esta planta deve ser utilizada apenas como recurso alimentar alternativo durante a época seca, no período de maior escassez.
  
As raspas da entrecasca são ricas em saponinas, servem de sabao dentifrício.
  
A casca e excelente tônico capilar para prevenir a calvície e caspa, quando em infusão ou macerada, e anti-seborreica.
A água do fruto serve para clarear e amaciar a pele.
As cascas são usadas no tratamento de dermatoses.
O produto da maceração da entrecasca é administrado via oral com propriedade estomacal para tratamento de blenorragia, dispepsia e indigestão.
Esta planta tem sido empregada na medicina popular como expectorante, no tratamento de bronquites, tosses e de ulceras gástricas, utilizando, para isto, o xarope da folha.
  
O juazeiro e utilizado ainda para o tratamento de ectoparasitoses em animais domésticos.
  
Vários pesquisadores provaram a existência de algumas ações farmacológicas desta planta, como efeito cardiotônico direto, ação  hipotensora, ação relaxante da musculatura lisa da traqueia e outras, que podem justificar a base da terapêutica desta planta na medicina popular.
  
Os frutos são adocicados e ricos em vitamina C sendo consumidos por aves, animais domésticos e pelo homem.
Dos frutos secos pode ser feito vinho moscatel.
  
A formação de bosques e cercas de juazeiro proporcionam sombra amena para bovinos, caprinos, ovinos e suínos e servem, também, como sinalização de estrada para caminhoneiros.
  
Como a floração ocorre nos meses mais secos do ano (novembro e dezembro), quando a maioria das espécies da caatinga encontra-se desfolhada e sem flores é quase a única espécie a fornecer néctar as abelhas, tendo assim um bom potencial melífero.

Fonte: Arvores e arbustos do Brasil

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