quinta-feira, 9 de março de 2017

UM PARQUE PARA O REI


Em pleno sertão nordestino, no interior da Paraíba, na cidade de São João do Rio do Peixe, em meio às grotas encravada no solo pelos córregos temporários, foi criado um memorial em homenagem ao grande cantor e sanfoneiro nordestino Luiz Gonzaga do Nascimento.

Tomando-sepor base o Parque Asa Branca, este localizado na cidade do Exu no interior pernambucano, terra natal de Luiz Gonzaga, o parque paraibano recebeu o nome de Parque Cultural O Rei do Baião e esse espaço se transformou no palco principal para os encontros dos admiradores, seguidores e intérpretes do Rei do Baião.

No ano de 2017 completa-se 10 anos de fundação do Parque Cultural O Rei do Baião que começou com o festival de músicas gonzagueanas, o FESMUZA, e foi crescendo assustadoramente a cada ano com as ideias inovadoras e transformadoras de seu idealizador Francisco Alves Cardoso, que através de sua mente fértil projetou transformar sua pequena gleba de terra de nome São Francisco no cenário folclórico em homenagem ao maior artista popular do Brasil que cantou e encantou o Nordeste em todas suas minúcias.

Anualmente o Parque realiza um grande encontro dos amantes do cancioneiro gonzagueano durante a realização do FESMUZA. Nesses encontros o Parque Cultural O Rei do Baião teve a honra de receber diversos artistas de nome importantes no universo gonzagueano, a exemplo de Pinto do Acordeon e Oliveira de Panelas. O momento mais relevante que o Parque viveu foi quando recebeu a figura dos sobrinhos de Luiz Gonzaga: Sérgio Gonzaga e Joquinha Gonzaga, este último por diversas vezes. Isto quer dizer que o sangue de Januário pisou o solo são-joanense, mais precisamente, a fazenda São Francisco, sonho que Chico Cardoso tanto projetou, por conseguinte conseguiu realizar.

Outro momento marcante vivido pelo Parque foi a presença onírica do último zabumbeiro do próprio Luiz Gonzaga de nome Piloto, sobrinho do Gonzagão que também atuava como motorista e empresário do rei. Quando de sua presença acompanhou o primo Joquinha Gonzaga em uma breve apresentação no novo palco tocando seu zabumba alegrando e rememorando os saudosistas gonzagueanos.

Para quem não acreditava que o Parque sobrevivia por tanto tempo, está aí a prova da persistência e obstinação de Chico Cardoso que não deixou morrer as ideias nem os ideais gonzagueanos. Os conceitos sempre virão à mente desse sonhador que transformará em projetos que farão a concretização e o contentamento dos súditos gonzagueanos por muitos e muitos anos.

Egnaldo Peixoto de Araújo

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